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Maio 2020

O momento é de solidariedade

A pandemia de covid-19 mostra a face perversa de um mercado que elimina empregos e direitos, precariza relações de trabalho e promove um reordenamento do sistema produtivo visando ainda mais lucro, sem qualquer controle social.Para a Economia Solidária, essa situação impõe ainda mais desafios, como a de superar as dificuldades logísticas que já existiam e se agravaram com o isolamento social. Em momentos como esse, o termo “solidariedade” tem de ser entendido e empregado em todos os seus sentidos.

E nós, da Agência de Desenvolvimento Solidário – ADS, queremos e podemos ajudar a superar obstáculos, formar novos empreendimentos e empreendedores solidários e mostrar como é possível pensar coletivamente, mesmo quando o mercado encara o salve-se quem puder.

Estamos apresentando essa newsletter como um meio de conversar periodicamente com nossos parceiros, propor ideias, trocar experiências. Vamos enfrentar os desafios com muita troca de informações e sem perder a noção dos princípios que regem o cooperativismo e a economia solidária.

Sindicalismo, cooperativismo e economia solidária em tempos de Coronavírus: oportunidades que se abrem?

Esse pode ser o momento de a Economia Solidária concretizar o sonho de estruturar consistentemente trocas materiais de nossos produtos e serviços

 

Toda crise traz consigo desafios e oportunidades. No caso atual, da crise deflagrada com a pandemia Covid19, talvez nós, do cooperativismo e da economia solidária, estejamos diante de uma grande oportunidade de darmos materialidade a um velho sonho, tanto do cooperativismo como do sindicalismo organizado em torno da Central Única dos Trabalhadores – CUT , que consiste em estabelecermos elos que se estendam para além das trocas simbólicas e políticas e chegue ao campo das trocas materiais, tal qual recomendado pelo recém realizado Seminário Nacional: Sindicalismo, Cooperativismo e Economia Solidária, promovido pela Agência de Desenvolvimento Solidário – ADS e pela Central única dos Trabalhadores – CUT.

É neste sentido que a ADS (juntamente com seu braço de comercialização Conexão Solidária) tem se empenhado na construção de propostas para serem implementadas juntamente com as estruturas da Central Única dos Trabalhadores – CUT (de acordo inclusive com as definições de seu último Congresso Nacional - 13º CONCUT), e que seguem duas linhas paralelas e simultâneas: (i) enfrentamento, de forma emergencial, da situação de fome que já se coloca para boa parte dos trabalhadores brasileiros; (ii) criação de uma mercado fidelizado junto ao público sindical e afiliados aos sindicatos, de forma geral, para os produtos do cooperativismo e da economia solidaria, especialmente num primeiro momento no que tange aos produtos da agricultura familiar (AF).

 

As discussões iniciais apontam para:

  1. Constituição de um Comitê Gestor Geral envolvendo dirigentes de cooperativas e dirigentes sindicais, com o fim de coordenar e gerenciar de forma geral as ações. Quanto às ações, elas podem, ainda segundo discussões preliminares, se desdobrar em duas grandes linhas:

 

Primeira linha de ação: as discussões iniciais apontam para a estruturação de grupos de trabalho envolvendo dirigentes de cooperativas e dirigentes sindicais com vistas a:

a) mapeamento e organização da demanda (geolocalização dos trabalhadores demandantes, organização em listas de prioridade segundo o grau de risco em que se encontra e segundo a oferta de produtos disponíveis, por exemplo), e mapeamento e organização da oferta (geolocalização dos produtores e mapeamento da capacidade produtiva e de oferta de produtos etc.);

b) arrecadação de doações em recursos financeiros e em gêneros alimentícios e outros;

c) construção de soluções logísticas de transporte, armazenamento e distribuição dos produtos;

d) construção de soluções de geração de trabalho e renda, no campo do cooperativismo e da economia solidária, para os trabalhadores atendidos nesta linha de ação.

 

Segunda linha de atuação: intenta-se, a partir da ambiência criada pela primeira, no desenvolvimento de ações comerciais envolvendo produtos das cooperativas/economia solidária junto ao público sindical (dirigentes sindicais e associados aos sindicatos). Estas ações podem acontecer, por exemplo, no âmbito de uma negociação tipo “ganha-ganha” envolvendo cooperativas/Conexão Solidária-sindicatos/associados, a partir da estruturação, por exemplo, de grupos de compras nos sindicatos e estruturas da CUT, suportadas por soluções de pagamentos, remunerações e logística discutidas pelos atores envolvidos que podem, à exemplo da ação anterior, se estruturarem em grupos de trabalho específicos com o fim de desenharem e gerirem cada uma destas áreas. Em ambos os casos, as decisões finalísticas serão sempre tomadas pelo Comitê Gestor Geral.

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